quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Participação dos alunos foi destaque do Controversas

Isadora Ancora e Rebeca Guio

A terceira edição do Controversas - que teve como tema "A reportagem de Cidade e de Ciência: duas faces do trabalho jornalístico" - contou com a participação de mais de 80 pessoas de dentro e de fora da UFF. A sala 11 do Instituto de Economia da Universidade, onde aconteceu o evento, ficou lotada.

Quem não compareceu ao ciclo de palestras, realizado nos dias 19 e 20 de outubro, pode acompanhar as discussões ao vivo pela WebTV da UFF ou ainda via Facebook ou Twitter. O perfil do evento nas redes sociais teve uma participação representativa de alunos, ex-alunos, professores e palestrantes. A página do Facebook já reúne 443 pessoas e hoje forma uma espécie de comunidade de amigos do evento, como disse a organizadora, Larissa Morais.

A Democratização da Comunicação foi o primeiro assunto a ser tratado e contou com a mediação da professora Denise Tavares. O jornalista Álvado Neiva, da Aduff, apresentou um pouco da história da regulamentação da Comunicação no Brasil, e enfatizou as distorções geradas nesse processo. Ele defendeu a criação de um marco regulatório para a Comunicação no país, e disse que um problema na defesa dessa ideia hoje é o modo como as grandes empresas de comunicação a apresentam ao grande público. Na mesma mesa, a jornalista Renata Souza falou da sua experiência na condução do jornal comunitário O Cidadão, da Maré.

A segunda mesa levantou polêmicas a respeito da cobertura policial, com destaque para a atuação do motorista Francisco Carlos Aleixo, do jornal Extra. “Fiquei impressionado com as histórias e, principalmente, com a importância que os motoristas têm para que as notícias saiam nos jornais”, afirmou Christiano Venturine, aluno do sétimo período da Estácio de Sá. No final do dia, o foco foi o Jornalismo Científico, que contou com o professor João Batista de Abreu como mediador.

O segundo dia começou com a mesa Reportagem na Geral. Dentre os palestrantes estava outro motorista, Nilson Provitte, que explicou os bastidores de uma cobertura. E para fechar o evento, a mesa Pratas da Casa gerou grande expectativa para os estudantes de jornalismo por reunir ex-alunos da UFF já inseridos no mercado. Jéssica Nery, do 5º período, resumiu a satisfação de estar entre os jornalistas: “É muito bom ver que estamos no caminho certo e que podemos ir longe com a base que temos”.

Feliz com o sucesso do evento e com os temas abordados, a estudante Ana Carolina Mascarenhas, que fez parte da produção, ressaltou a importância de transformar o Controversas UFF em um Projeto de Extensão da faculdade: “ter tempo e capital para planejar melhor é fundamental para que possamos garantir o crescimento do Controversas”. Com o apoio da Fundação Euclides da Cunha, foi possível investir em brindes e nas despesas relacionadas ao evento.

A professora Larissa Morais destacou a participação dos alunos como ponto forte. Não faltou quem fizesse perguntas interessantes aos convidados, acrescentando novos enfoques às discussões. Para ela, outro aspecto a ser destacado é a integração de diferentes disciplinas em torno da realização e cobertura do evento.

Mesa sobre Ciência fecha primeiro dia do Controversas

Raquel Amaral

Psicologia, Biologia e Medicina pautaram a última mesa do dia 19 de outubro. A partir do pedido da ex-professora da casa Erica Werneck, que propôs um jornalismo sem rótulos, as ciências foram tratadas pelos convidados como mais um estilo do vasto campo jornalístico. Outra palestrante, a premiada Alícia Ivanissevich comentou sobre as dificuldades de aprender a “traduzir” os textos que recebia: “foi preciso alinhar os estudos no Wellcome Centre for Medical Science com a prática jornalística para enfim entender e conseguir passar esse conhecimento para as pessoas”.

Ivanissevich também dividiu com os presentes a sua experiência com a revista Ciência Hoje: “estávamos interessados em trazer para o público leigo a oportunidade de discussões de pesquisas acadêmicas. Por isso, a troca de conhecimento entre jornalistas e pesquisadores é um dos pontos de destaque da publicação”. Atualmente, a jornalista é editora executiva da Ciência Hoje.

Já Heliete Vaitsman trouxe à tona um assunto bastante discutido atualmente nas matérias de Ciências: o uso indiscriminado de remédios para psicopatologias. Segundo a jornalista, “é preciso ter cuidado com o que se recebe das mãos de industrias farmacêuticas. Todos querem vender o seu produto e o jornalista, sem querer, pode contribuir para a automedicação. Os resultados podem ser desastrosos”, alertou. 
O único não-jornalista a compor a mesa, o professor Paulo Protásio completou a discussão mostrando o outro lado da cobertura de ciência. De acordo com ele, “a divulgação de pesquisas por parte dos jornais é um incentivo ao trabalho científico e permite a aproximação de leigos com o assunto. É a oportunidade de instigar a curiosidade dos leitores”, finalizou o engenheiro.

O professor João Batista, que mediou o debate, finalizou a apresentação lende uma carta da jornalista Ana Lúcia Azevedo. Convidada para participar da mesa, a editora de História e Ciência do Globo não pode comparecer porque sofreu um acidente e torceu o pé, mas escreveu se desculpando e contando um pouco da sua história no jornalismo.


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Erika Werneck destaca sensibilidade e formação humanística como essenciais ao jornalista

Catherine Lira

Em entrevista ao Controversas, a jornalista e professora aposentada da UFF Erika Werneck conta sua história no jornalismo, como conheceu o Brasil de norte a sul pela profissão e ainda dá conselhos aos futuros profissionais da área diante dos novos desafios do mercado.


Onde estudou Comunicação e o que a motivou a escolher esta profissão? 
Eu escolhi ser jornalista quando tinha 14 anos de idade, vendo meu pai lendo jornais e comentando as notícias. Eu ficava fascinada e idealizava a profissão. Na minha cabeça de menina, nada poderia ser tão importante quanto informar as pessoas sobre os acontecimentos no mundo.

Em que ano completou sua graduação e há quanto tempo está no mercado? Por quais veículos passou? 
Comecei minha carreira em 1969, na Rádio Nacional. Eu me formei na Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro em 1972. Lá mesmo eu fiz mestrado em Comunicação Social, concluído em 1977.

Pode contar um pouco como foi sua primeira experiência profissional? 
Eu comecei a trabalhar como jornalista quando, nas redações, ainda predominavam os homens. Na Rádio Nacional, eu era a única jornalista mulher no horário em que eu trabalhava; das 19 à meia-noite. O dia foi horrível, porque eu não tinha experiência nenhuma e fui logo designada a escrever matérias para os radiojornais. As primeiras notícias que redigi foram rejeitadas porque não estavam escritas numa linguagem apropriada para o veículo. Tive de refazer todo o trabalho e, para isso, contei com a ajuda de profissionais experientes. Jamais vou esquecer o quanto eles foram atenciosos e pacientes comigo.

Para você, qual é o principal papel de um jornalista? 
Transmitir as informações com seriedade, correção, fidelidade e imparcialidade, e não perder de vista a ética.

Suas expectativas em relação à profissão foram alcançadas?
Foram sim. Eu comecei a trabalhar quando ainda estava na faculdade e desde então continuo atuando na profissão. Hoje sou sócia da empresa que criou, produz e mantém o portal Gente que Inova, que divulga notícias sobre inovação. São matérias escritas e também gravadas em vídeo.
Foi graças à minha profissão que eu conheci o Brasil de norte a sul. Foi graças à minha profissão que eu conheci a Antártica, onde permaneci durante um mês documentando, para a TV Educativa do Rio de Janeiro, os trabalhos dos cientistas brasileiros na base Comandante Ferraz.  E foi como jornalista que ingressei na UFF (por concurso público). Aqui fui professora adjunta, coordenadora da área de jornalismo, chefe de departamento, orientadora e membro de bancas de monografias.

Qual a importância de participar de um evento como o Controversas? Em que isso te acrescenta?
Para mim, é importante participar desse evento porque me traz de volta  ao ambiente do qual fiz parte durante 25 anos. Gosto de trocar ideias com outros profissionais da área e com os estudantes que serão meus futuros colegas. É gratificante, a gente aprende sempre em eventos como este.

Poderia resumir em poucas palavras, qual o segredo para ser um bom jornalista?
Um bom jornalista tem de saber escrever bem, tem de estar atualizado, ter boa formação humanística, ler muito e sempre, ter sensibilidade e não se considerar “dono da verdade”.

Qual é sua visão sobre o atual mercado em comunicação?
Eu ainda trabalhava na Rádio Nacional quando recebi um convite para trabalhar na  extinta TV Rio - naquela época, você ainda era convidada para trabalhar. Com a extinção da TV Rio, fui para o jornal O Globo. Nesses veículos, eu era repórter da editoria geral, fazia de tudo. Mas a minha estreia na editoria de ciências começou dez anos depois, com o programa de TV Nossa Ciência, da TV Educativa, em que fui trabalhar a convite do professor Nilson Lage. Trabalhei ainda na Rádio Eldorado (atual CBN), do Sistema Globo de Rádio; no Globo Ciência, na MultiRio; e criei, junto com a jornalista Dominique Ribeiro, o Núcleo de Difusão de Ciência e Tecnologia, da Faperj.  O mercado hoje em dia está muito diversificado. Há lugar para todo tipo de perfil. É preciso lembrar que o mercado de comunicação não se restringe aos veículos tradicionais, como jornais, TVs abertas e emissoras de rádio. Esse foi um avanço. Mas os salários, na maioria das vezes, são aviltantes.

Quais são suas perspectivas para o futuro?
Como eu ainda espero viver muito, pretendo continuar trabalhando e acompanhando as inovações nas mais diversas áreas.

Encontro com ex-alunos foi ponto alto do segundo dia de evento

João Luiz Coutinho


A última mesa do Controversas – Experiências da Prata da Casa – encheu a sala 11 do Instituto de Economia na noite da última quinta-feira (20/10). Nela foram debatidos diversos temas que interessam em especial aos alunos de Jornalismo. Dúvidas quanto ao mercado de trabalho e à rotina jornalística foram esclarecidas pelos convidados.


O professor de jornalismo da Universidade Federal Fluminense (UFF) Alceste Pinheiro mediou a mesa. Estiveram presentes os ex-alunos da UFF Ana Lúcia Valinho (trainee do Globo); André Kano (assessor de imprensa da FSB); Carol Barcellos (repórter de Esportes da TV Globo); Danielle Cristine (analista de marketing das lojas Leader); Fabiane Moreira (assessora de imprensa do Governo do Estado do Rio) e Marcos de Vasconcellos (repórter freelancer da Folha de São Paulo).


As apresentações marcaram o início do debate. Os convidados contaram um pouco de suas trajetórias: o primeiro estágio, o primeiro emprego, as conquistas e os obstáculos. O consenso é que todos estão satisfeitos no lugar onde hoje trabalham.


Na segunda etapa, a pergunta feita pelo mediador sobre o que faltou na formação acadêmica dos convidados trouxe respostas bem diferentes. Um problema apontado por diferentes debatedores foi a falta de um espaço em que os alunos pudessem experimentar formas novas de se fazer jornalismo – pôr novas ideias em prática para ver se funcionam, uma vez que não há tempo, nem chance ao erro, no mercado de trabalho.


Por outro lado, o que falta em prática, os alunos ganham em teoria. Os convidados, de modo geral, concordaram que o curso de Jornalismo oferecido pela UFF dá bastante importância à teoria. Para Carol Barcellos, assim como para Marcos de Vasconcellos, é a parte teórica que faz a diferença no mercado. Carol enfatizou o quão desregrado é o dia a dia do jornalista e deu a dica: “É tempo agora de controlar a ansiedade e aproveitar o que a faculdade oferece”.
Comentaram também sobre a falta de disciplinas abordando o trabalho nas chamadas mídias sociais, quando fizeram o curso. Por se tratar de um nicho novo, alertaram para um mercado que está em alta e que promete empregar muita gente ainda.


A mesa, seguida em tom descontraído, correspondeu às expectativas. Os presentes que lotaram a sala ficaram até o último minuto e os ex-alunos convidados se mostraram saudosos e contentes em poder retornar à faculdade que os formou.


Homenagem

Em um breve intervalo, o professor Alceste recebeu homenagens de alunos e professores. É que o professor irá se aposentar no final do ano. Emocionado e sem ter o que falar, Alceste agradeceu e prometeu visitar os alunos de vez em quando no Instituto de Artes e Comunicação Social (Iacs), onde atualmente leciona.

Controversas aborda cobertura de polícia nos jornais cariocas

Isabel Muniz


“No Rio de Janeiro o jornalista de polícia é, infelizmente, tão importante quanto o de economia e política em Brasília”. Esta frase foi dita durante a terceira edição do Controversas pelo editor de Cidade do jornal Extra Fábio Gusmão, que participou da mesa sobre a cobertura policial. Os participantes do debate no dia 19 dividiram suas experiências e contaram como são vistos pela sociedade em geral e no próprio meio de trabalho.


Gusmão trouxe exemplos de reportagens suas que ganharam prêmios e tiveram notoriedade internacional, como a da senhora que filmava o tráfico da janela de casa em Copacabana e uma em que entrevistou Fernandinho Beira-Mar. O editor afirmou que adora o que faz, mas não escondeu a frustração que sente quando casos são apurados, há provas e nada é feito. “Às vezes muitas coisas acontecem, mas não é por falta de denúncia”.


A redatora da Secretaria de Redação do Globo Solange Duart, que trabalhou durante anos neste tipo de cobertura disse que “o repórter de polícia é tido como um repórter menor, de menos importância.” A jornalista contou ainda que por ser mulher, sofreu preconceito no meio e deu dica de como se deve driblar isso: “A mulher tem que ter um comportamento mais ponderado”.


Para o repórter do Jornal do Commercio Márcio Beck este tipo de cobertura é importante para a formação do jornalista. De acordo com ele, repórter de polícia é mais questionador, não acredita cegamente no que uma fonte diz. “O detector de mentiras do repórter policial é mais apurado do que o dos outros tipos de jornalistas”.


A mesa sobre a cobertura de polícia também contou com a participação de Carlos Aleixo, motorista aposentando do Extra, que já fez muitas viagens com Fábio Gusmão. Todos os jornalistas no debate foram unânimes quanto à importância dos motoristas de redação nestes tipos de matéria, já que eles entram nas favelas junto com os repórteres, se arriscam do mesmo jeito e até ajudam na obtenção de informações. “O motorista é o segundo olho do repórter, do fotógrafo”, destacou Aleixo.




Márcio Castilho, Carlos Aleixo, Fábio Gusmão, Márcio Beck e Solange Duart

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Participantes do Controversas elogiam o evento

Laís Ramos


"O Controversas se torna, a cada edição, a maior oportunidade para o debate jornalístico na UFF. É onde nós temos chance de interagir com profissionais e professores de forma ampla e clara. Parabéns a todos os organizadores! Aguardo a edição 2012!" - André Coelho, aluno do 4º período de Jornalismo

"Gosto de jornalismo policial e meu amigo comentou sobre o Controversas. Achei muito legal porque a nossa área carece de eventos assim. Precisamos de algo para nos espelhar e os palestrantes nos deram novas visões da profissão." - Juliana Prado, aluna do 4º período da Faculdades Integradas Hélio Alonso (FACHA)

"Todas as edições do Controversas tiveram o seu brilho. Nesta edição, gostei muito da mesa sobre a cobertura de polícia, pois mostrou as contradições da cobertura além das relações entre jornalista e fonte. Também me emocionei com os relatos dos repórteres sobre a cobertura da tragédia na Região Serrana na mesa Reportagem na geral." - Bruno Sarmet, aluno do 6º período de Jornalismo

"O evento é bastante importante porque traz para os alunos histórias e experiências dos profissionais da área. É bom para rever colegas e professores além de conhecer o trabalho de outros jornalistas." - Luiz Guilherme Fernandes, formado em Jornalismo pela UFF

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Um bate-papo pelo Facebook com Danielle Cristine, ex-aluna da UFF

Jéssica Nery

A última mesa do Controversas será a "Prata da Casa" e contará com a participação de ex-alunos da UFF. O objetivo desse debate é mostrar como está o mercado de trabalho. Formada em 2008, Danielle Cristine falará sobre suas experiências e conquistas profissionais.

Queria que você contasse um pouco sobre a sua entrada para a UFF...
A UFF com certeza transformou minha vida. Tinha 17 anos recém-completados quando terminei o Ensino Médio e ingressei na faculdade. Eu era o “chaveirinho” da turma na UFF, a mais nova (e continuo sendo na maioria dos lugares onde já trabalhei). (risos) Sou de Nilópolis, na Baixada Fluminense, e seria desgastante, caro e perigoso sair das aulas à noite e voltar para casa. Então lá fui eu morar com outras meninas em um pensionato perto da Cantareira. Além desta mudança física, a UFF me proporcionou uma série de outras transformações. Sem dúvidas, eu cresci muito nestes quatro anos de IACS.

Por que escolheu jornalismo? Em qual ano que se formou?
Entrei no 1º semestre de 2005, terminei em dezembro de 2008. Sempre tive uma queda pela área de humanas, e o jornalismo, por ser uma formação que abrange muitos destes conhecimentos (como diria aquela velha piada de que o jornalista é um especialista em generalidades), me atraía. Mas até o 3º ano ainda estava dividida entre tentar o curso ou Letras (Português-Inglês). Com 16 anos comecei a trabalhar, pois fui convidada a dar aulas de Inglês no curso onde estudei, e notei que, apesar de gostar da atividade, não desejava investir na carreira. Acabei optando pelo jornalismo, que foi um tiro no escuro, de certa forma. Não conhecia absolutamente ninguém do mercado, não tinha parentes nem amigos que fossem da área e pudessem tirar dúvidas – ou contribuir no futuro para o famoso Q.I. (“quem indica”). Surgi do nada. Tive que aprender a andar completamente sozinha. Mas com certeza acertei na mira. Não trocaria minha formação.

Alguma história (situação) interessante (diferente, engraçada) dos tempos da UFF que queira dividir com os alunos de agora?
Uma situação engraçada (e um tanto polêmica) aconteceu mais ou menos no meio da faculdade. Engraçada agora, porque na época senti um misto de orgulho e raiva, ficando lisonjeada e revoltada ao mesmo tempo. Após um trabalho de uma determinada matéria, com uma professora que ainda não conhecia a nossa turma, fui surpreendida por uma nota baixíssima em um trabalho que foi realizado no laboratório, durante a aula. E ainda com um recadinho malcriado, dizendo que eu tinha que citar fontes. Isso sendo que eu era conhecida na turma – e entre os professores também – por ser extremamente meticulosa com isso, chata mesmo. Se eu cito alguém, cito a fonte. E ponto. E também não sou imatura para chegar à faculdade e copiar trabalho. Acho isso o fim da picada. Pois quando fui perguntar o que houve, fui acusada de plágio! Surpresa, perguntei quem eu tinha plagiado. Sem saber responder, ouvi que ela já tinha lido isso “em algum lugar”. Depois de muito argumentar e falar para ela sentar no computador e me mostrar a “fonte original”, ela subiu a nota para a média necessária para passar e finalizou: “Isso não é texto de aluno”. Fui embora com aquilo, se fosse hoje em dia, faria um escândalo, levaria aos professores que me conheciam. Acho que é a nota mais baixa do meu histórico. Mas tudo bem. Pois se “não era texto de aluno”, que bom! Significa que eu não me contento em entregar apenas o que esperam de mim. Acabou sendo um dos maiores elogios que recebi na minha trajetória acadêmica.

O que você fez depois que terminou a UFF e onde você está hoje?
Minha trajetória sempre foi na área de assessoria de imprensa e comunicação corporativa. Meu primeiro estágio foi na própria UFF, no Nucs (Núcleo de Comunicação Social), que funciona no prédio da reitoria. Depois estagiei na área de relações externas da TIM, em seguida na agência de comunicação Textual, e depois na TV Globo (CGCOM). Quando me formei e terminou meu estágio na TV Globo, fui contratada para fazer a assessoria de imprensa do Big Brother Brasil 9, em contrato temporário da TV Globo. Terminado o trabalho, segui para a agência In Press Porter Novelli, onde fui assessora do SporTV e do Globo Universidade por dois anos e meio. E acabo de trocar de empresa – e área! Estou há menos de um mês no marketing da Leader, conhecendo um outro ponto de vista da Comunicação.

Qual a sua expectativa para a mesa?
Fiquei muito surpresa com o convite! A minha saída da UFF é relativamente recente, não imaginaria estar de volta tão cedo e nesta posição de convidada, em um tipo de encontro que há pouco tempo eu acompanhava do outro lado da sala de aula. Quando recebi o convite da Sylvia, que foi minha orientadora, minha única preocupação foi a de realmente ter uma experiência relevante para compartilhar. Espero que o encontro seja proveitoso para os alunos, será um prazer fazer parte dele.

Um conselho para os jovens jornalistas?
O conselho que eu daria seria o que aquela minha história traumática do plágio inexistente ilustra. Nunca se contente com pouco. Alguns podem subestimar sua capacidade no meio do caminho, mas no final quem deve reconhecer, reconhece: você mesmo e quem mais valer a pena.