quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Jornalismo impresso tem futuro?

Jéssica Nery e João Luiz

O ponto da partida da discussão foi a mudança da realidade da comunicação a partir da invenção e disseminação da internet.  Novas mídias e plataformas hoje são criadas em uma enorme velocidade e os veículos impressos, televisivos e radiofônicos parecem ter perdido sua hegemonia. Diante desse novo quadro, Orivaldo Perin e Rosental Calmon Alves abordaram a necessidade da adaptação do jornal impresso ao ambiente digital. Por uma questão de sobrevivência.

Rosental Calmon Alves participou via videoconferência
Rosental, que falou por videoconferência, lembrou que o surgimento de novas mídias sempre gerou a expectativa do fim do meio pré-existente. Quando veio a tevê, especulou-se sobre o fim do rádio, mas o que houve foi uma adaptação. O professor da Universidade de Austin enfatizou que um veículo não precisa acabar para que outro possa fazer-se presente. Os dois podem e devem trabalhar ao mesmo tempo.
                                  
 O professor acredita que, além da mudança organizacional e a reclassificação de cargos, as redações dos jornais impressos precisariam mudar a mentalidade de suas equipes. Isso possibilitaria a criação de novos processos de produção e de treinamento.                                                                          

Orivaldo Perin (o Globo) enfatizou que atualmente o jornalista precisa estar sempre "online e ontime", ligado na notícia e pronto para divulgá-la em diferentes formatos. A informação acontece a qualquer instante e, como a internet acelerou o processo de produção de matérias, a atenção passou a ser um quesito mais importante na vida do atual comunicador. Assim como Rosental, chamou a atenção para a tendência de  quebra da linearidade de leitura dos textos de Internet. O leitor, ao usar as mídias digitais, pula de uma informação a outra, desconsiderando o que não lhe interessa.

Da esquerda para a direita: Risoletta Miranda, Orivaldo
Perin, João Batista de Abreu e Olívia Bandeira de Melo.
Representante do coletivo Intervozes e colaboradora do site OverMundo, Olívia Bandeira de Melo defendeu fortemente a liberdade de expressão e de opinião acima de tudo. Os principais conceitos defendidos pelos projetos em que participa são: garantir o acesso aos meios de comunicação; ter espectadores críticos, que compreendam o processo de produção e não só absorvam o que lhes é dado; e participação popular na formulação do processo de produção da informação.
  
Já a diretora executiva da FSB PR Digital, Risoletta Miranda, ressaltou as palavras-chave da comunicação estão se modificando. No lugar de clipping e release, entram blogs e redes sociais. Ela chamou atenção para o fato de que hoje os blogueiros também são formadores de opinião. Os leitores deixaram de ser somente consumidores de informação, também as produzem. 

fotos: Ildo Nascimento

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