quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Alicia Ivanissevich aborda jornalismo científico no Controversas


Rodrigo Cunha


Alicia Ivanissevich trabalha há 23 anos com jornalismo científico. No currículo, tem prêmios invejáveis, como o José Reis, maior premiação da divulgação científica do Brasil, recebido em 2008. Mas a jornalista, que estará na mesa de Ciência do Controversas, dia 19 de outubro, conta que o amor pela área apareceu de repente: "Eu era estagiária na editoria de Economia, e surgiu a oportunidade de ir para a Ciência. Acabei me apaixonando", diz.

A chance em questão foi no Informe, hoje Jornal da Ciência. Lá, ela ingressou como estagiária, em 1985, e foi contratada depois de terminar a graduação em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Entre 1992 e 1997, atuou como repórter especial e editora de ciência do Jornal do Brasil, onde ganhou uma menção honrosa do Convênio Médico Interclínicas, de São Paulo, por uma reportagem sobre câncer de mama. 

Nesse período, Ivanissevich recebeu uma bolsa do Conselho Britânico para aprimorar os estudos no Wellcome Centre for Medical Science, em Londres, durante seis meses. Após a experiência, que ela classifica como incrível, atuou como repórter na revista Ciência Hoje e, anos mais tarde, assumiu a função de coordenadora de reportagem. Atualmente, Ivanissevich é editora executiva da publicação, cargo que ocupa há 14 anos.


No começo da carreira, os termos técnicos e aparentemente complexos não assustaram a jornalista, que ressalta nunca ter enfrentado dificuldades de adaptação: "Seria pior se hoje eu trabalhasse numa editoria de Esportes", diverte-se, antes de emendar: "Para um bom repórter, o importante é ter um texto certo, conduzir bem uma entrevista e mostrar que quer aprender. Com o tempo, os termos técnicos são incorporados".

Por estar desde cedo na ciência, o caso de Ivanissevich chama atenção, já que a editoria normalmente não está entre as áreas preferidas dos estudantes de jornalismo. Além de reconhecer que o campo não é dos mais populares, ela não se mostra entusiasmada com o ensino desta cadeira nos cursos de jornalismo: "Como seria ensinar jornalismo científico? Sinceramente eu não sei. É algo em que você se especializa depois, na prática", afirma.

Sobre a participação no Controversas, a jornalista se diz empolgada: "Vou a muitos encontros deste tipo. Além disso, tenho contato com os estagiários da revista, então estou acostumada a lidar com jovens, bater-papo".

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