quarta-feira, 19 de outubro de 2011

André Kano enfatiza a importância da formação acadêmica para o jornalista

Carolina Medeiros

André Kano se formou na Universidade Federal Fluminense em 2009 e, como a maioria dos alunos de jornalismo, não fazia idéia de como o mercado de comunicação pode ser amplo e diversificado. Depois de passagens pelos jornais O Fluminense e Jornal do Brasil, André recebeu uma proposta para trabalhar como assessor de imprensa na FSB, uma das grandes agências de comunicação do Rio. O assessor é um dos destaques da mesa “Prata da Casa”, que tradicionalmente traz ex-alunos da UFF para compartilhar experiências como os estudantes.

Convidado para falar sobre o mercado de trabalho no Controversas, na próxima quinta feira, dia 20, o assessor comenta que há um novo modelo de mercado profissional se formando: o das grandes assessorias de comunicação. De acordo com André, a fronteira entre jornalismo, publicidade, marketing e relações públicas está ficando cada vez mais tênue e a área se tornou um “manancial de contratações”. “Isso é motivado tanto pelo enxugamento das redações, com repórteres acumulando funções, como pelo intenso processo de profissionalização das assessorias de comunicação”, afirma.

O ex-aluno conta que seu primeiro estágio foi como repórter no jornal O Fluminense e que a experiência foi muito importante para seu desenvolvimento na profissão. André não aconselha ninguém a começar a carreira na assessoria. “Não conheço bons assessores que não tenham sido bons repórteres antes.” Para ele, a experiência da redação ainda é bastante valorizada e todo estudante deve procurar uma oportunidade de trabalhar na geral. “Meu primeiro chefe de reportagem, Eduardo Garnier, costumava dizer: quem cobre polícia faz qualquer coisa. E eu acredito que sim”, pondera. 

De sua passagem pelo IACS, André Kano se lembra claramente do contato com alguns professores como Sylvia Moretzsohn, Alceste Pinheiro, Ildo Nascimento e Suzana Barbosa, que foi sua orientadora durante a monografia. Ele destaca também as disciplinas de antropologia com César Augusto Ferreira de Carvalho e de semiótica, Renata Mancini. O assessor lamenta a pouca importância que o mercado dá para a formação universitária. “Trabalhei boa parte da minha carreira sem diploma, mas nunca deixei de valorizar a formação universitária que recebi”, afirma. 

O papel da universidade é um ponto importante de discussão, de acordo com André. Para ele, o mercado está em busca de uma formação técnica muito simplória. “Eu acredito que o papel da universidade é outro. O aprendizado universitário poderia focar muito mais na matéria prima do jornalismo: aprender a perguntar.” O assessor acredita que, além do conhecimento, a faculdade também é um espaço para conhecer pessoas e criar contatos. “Estabelecer uma rede de contatos de qualidade não é apenas necessário ao jornalista, mas a qualquer profissional.”


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