quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Um bate-papo pelo Facebook com Danielle Cristine, ex-aluna da UFF

Jéssica Nery

A última mesa do Controversas será a "Prata da Casa" e contará com a participação de ex-alunos da UFF. O objetivo desse debate é mostrar como está o mercado de trabalho. Formada em 2008, Danielle Cristine falará sobre suas experiências e conquistas profissionais.

Queria que você contasse um pouco sobre a sua entrada para a UFF...
A UFF com certeza transformou minha vida. Tinha 17 anos recém-completados quando terminei o Ensino Médio e ingressei na faculdade. Eu era o “chaveirinho” da turma na UFF, a mais nova (e continuo sendo na maioria dos lugares onde já trabalhei). (risos) Sou de Nilópolis, na Baixada Fluminense, e seria desgastante, caro e perigoso sair das aulas à noite e voltar para casa. Então lá fui eu morar com outras meninas em um pensionato perto da Cantareira. Além desta mudança física, a UFF me proporcionou uma série de outras transformações. Sem dúvidas, eu cresci muito nestes quatro anos de IACS.

Por que escolheu jornalismo? Em qual ano que se formou?
Entrei no 1º semestre de 2005, terminei em dezembro de 2008. Sempre tive uma queda pela área de humanas, e o jornalismo, por ser uma formação que abrange muitos destes conhecimentos (como diria aquela velha piada de que o jornalista é um especialista em generalidades), me atraía. Mas até o 3º ano ainda estava dividida entre tentar o curso ou Letras (Português-Inglês). Com 16 anos comecei a trabalhar, pois fui convidada a dar aulas de Inglês no curso onde estudei, e notei que, apesar de gostar da atividade, não desejava investir na carreira. Acabei optando pelo jornalismo, que foi um tiro no escuro, de certa forma. Não conhecia absolutamente ninguém do mercado, não tinha parentes nem amigos que fossem da área e pudessem tirar dúvidas – ou contribuir no futuro para o famoso Q.I. (“quem indica”). Surgi do nada. Tive que aprender a andar completamente sozinha. Mas com certeza acertei na mira. Não trocaria minha formação.

Alguma história (situação) interessante (diferente, engraçada) dos tempos da UFF que queira dividir com os alunos de agora?
Uma situação engraçada (e um tanto polêmica) aconteceu mais ou menos no meio da faculdade. Engraçada agora, porque na época senti um misto de orgulho e raiva, ficando lisonjeada e revoltada ao mesmo tempo. Após um trabalho de uma determinada matéria, com uma professora que ainda não conhecia a nossa turma, fui surpreendida por uma nota baixíssima em um trabalho que foi realizado no laboratório, durante a aula. E ainda com um recadinho malcriado, dizendo que eu tinha que citar fontes. Isso sendo que eu era conhecida na turma – e entre os professores também – por ser extremamente meticulosa com isso, chata mesmo. Se eu cito alguém, cito a fonte. E ponto. E também não sou imatura para chegar à faculdade e copiar trabalho. Acho isso o fim da picada. Pois quando fui perguntar o que houve, fui acusada de plágio! Surpresa, perguntei quem eu tinha plagiado. Sem saber responder, ouvi que ela já tinha lido isso “em algum lugar”. Depois de muito argumentar e falar para ela sentar no computador e me mostrar a “fonte original”, ela subiu a nota para a média necessária para passar e finalizou: “Isso não é texto de aluno”. Fui embora com aquilo, se fosse hoje em dia, faria um escândalo, levaria aos professores que me conheciam. Acho que é a nota mais baixa do meu histórico. Mas tudo bem. Pois se “não era texto de aluno”, que bom! Significa que eu não me contento em entregar apenas o que esperam de mim. Acabou sendo um dos maiores elogios que recebi na minha trajetória acadêmica.

O que você fez depois que terminou a UFF e onde você está hoje?
Minha trajetória sempre foi na área de assessoria de imprensa e comunicação corporativa. Meu primeiro estágio foi na própria UFF, no Nucs (Núcleo de Comunicação Social), que funciona no prédio da reitoria. Depois estagiei na área de relações externas da TIM, em seguida na agência de comunicação Textual, e depois na TV Globo (CGCOM). Quando me formei e terminou meu estágio na TV Globo, fui contratada para fazer a assessoria de imprensa do Big Brother Brasil 9, em contrato temporário da TV Globo. Terminado o trabalho, segui para a agência In Press Porter Novelli, onde fui assessora do SporTV e do Globo Universidade por dois anos e meio. E acabo de trocar de empresa – e área! Estou há menos de um mês no marketing da Leader, conhecendo um outro ponto de vista da Comunicação.

Qual a sua expectativa para a mesa?
Fiquei muito surpresa com o convite! A minha saída da UFF é relativamente recente, não imaginaria estar de volta tão cedo e nesta posição de convidada, em um tipo de encontro que há pouco tempo eu acompanhava do outro lado da sala de aula. Quando recebi o convite da Sylvia, que foi minha orientadora, minha única preocupação foi a de realmente ter uma experiência relevante para compartilhar. Espero que o encontro seja proveitoso para os alunos, será um prazer fazer parte dele.

Um conselho para os jovens jornalistas?
O conselho que eu daria seria o que aquela minha história traumática do plágio inexistente ilustra. Nunca se contente com pouco. Alguns podem subestimar sua capacidade no meio do caminho, mas no final quem deve reconhecer, reconhece: você mesmo e quem mais valer a pena.

Um comentário: